A França está para o vinho, assim como o Brasil está para o futebol. Excelentes regiões para o plantio de uvas vitis viníferas, terroir dos mais variados, famílias centenárias na viticultura, profissionais altamente capacitados, e o peso da história que carrega fazem com que o país europeu seja um dos mais importantes para viticultura e referências nos vinhos de todo mundo. E não é à toa, pois alguns dos grandes vinhos do mundo são produzidos por lá, e muitos dos ícones franceses são da região de Bordeaux, como Chateau Margaux, Chateau Petrus, Cheval Blanc, Chateaux Lafite Rothschild, Chateau Latour, entre outros.
O famoso estuário de Gironde, formado pelos rios Dordogne e Garonne, divide a região de Bordeaux em margem direita, margem esquerda, e Entre deux Mers. Após anos de estudos e análises, o terroir de cada propriedade produtora de vinhos, os famosos Chateau, indica as melhores possibilidades de uvas a serem plantadas nos terrenos específicos, e os vinhos produzidos safra a safra, que muitas vezes sofrem alterações na proporção de cada uva do corte (blend).
Os vinhos produzidos em Bordeaux e suas sub-regiões precisam seguir inúmeras regras para que possam ser identificados como daquela região. Dentre essas regras está uma gama de variedades de uvas (entre tintas e brancas) as quais podem ser utilizadas nos cortes (vinhos com duas ou mais uvas), ou varietais (de uma única uva).
Mas uma enorme maioria dos vinhos tintos de Bordeaux são produzidos a partir da uva Merlot (mais plantada da região), ou Cabernet Sauvignon (segunda mais plantada da região) variando entre as duas como predominantes, e muitas vezes recebem apoio de outras uvas permitidas como Cabernet Franc, Malbec, Petit Verdot, entre outras.
Logo, sempre que nos deparamos com vinhos nos quais essa combinação de uvas (mencionadas acima) com as devidas predominantes e coadjuvantes, chamamos de um vinho de corte bordalês.
Mas – e no mundo dos vinhos por muitas vezes temos alguns “mas” – nem tudo se resume a França. Além de outros países da Europa, também de enorme importância para viticultura mundial, alguns países do Novo Mundo também vêm ganhando grande destaque pelos críticos, estudiosos, e apreciadores de um bom vinho. E, apesar da história não tão longa do Brasil no mundo dos vinhos, já está na hora de nos orgulharmos de alguns excelentes trabalhos que vêm sendo feito por aqui.
Com o excelente terroir da “Indicação de Procedência (IP) – Campanha Gaúcha”, de onde provêm as uvas utilizadas na produção do vinho “Bueno Paralelo 31”, a Bueno Wines não poupou esforços, e sob a tutela da consultoria de um dos mais renomados enólogos de Bordeaux, nascido e criado entre as videiras da região, Michel Rolland foi um dos responsáveis pela criação do primeiro corte desse grande vinho, o “Paralelo 31 Gran Reserva 2020”
Um corte muitas vezes utilizado na margem direita de Bordeaux, se baseia nas uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, e tem a uva Petit Verdot com um tempero extra para adicionar ainda mais complexidade ao vinho. No “Paralelo 31 Gran Reserva” não é diferente. Graças a toda tecnologia utilizada e paixão aplicados desde o cultivo das vinhas, colheita e produção do vinho utilizando o que há de melhor na matéria prima proveniente das vinhas, temos esse excelente corte bordalês, mas com toda tipicidade brasileira da IP Campanha Gaúcha. O vinho matura por 24 meses em barricas de carvalho francês e americano, fazendo com que haja uma maior integração entre os componentes do vinho deixando-o mais arredondado ao paladar, e novas camadas aromáticas e gustativa que se desenvolvem nesse período.
Tudo isso não nos deixa dúvidas de que já é um dos grandes vinhos do Brasil, podendo estar nas mesmas prateleiras de grandes vinhos mundo afora, fazendo bonito e nos representando muito bem
Por Denis Trombino – Sommelier Bueno Wines